Isaac Asimov, bioquímico e escritor renomado, imaginou um futuro todo ele permeado pela tecnologia de ponta: carros voadores, androides, robôs e máquinas fantásticas, casas subterrâneas, povoações na Lua, etc.
Sem dúvida, muito do que escreveu Júlio Verne, Asimov e tantos outros autores entusiastas do futurismo, já faz parte do mundo presente: aviões, submarinos, televisões de tela plana, smartphones, aplicativos que permitem que possamos nos comunicar com qualquer pessoa em qualquer parte do mundo, etc.
E se formos falar no avanço das ciências médicas, inúmeras doenças consideradas incuráveis no passado, hoje não representam nenhuma ameaça ao mundo.
A partir da era dos grandes inventos, sobretudo, o homem passou a sonhar com um futuro maravilhoso e fantástico, onde tudo funcionará da forma mais perfeita possível; onde as doenças serão facilmente curadas, o envelhecimento interrompido e, por fim, o homem alcançará a vitória sobre a morte física. Nesse mundo idealizado, os homens deixarão as guerras de lado e reinará a paz e a concórdia.
Apesar de a ideia ser para lá de simpática e agradável, ela vai de encontro à doutrina cristã, pois nega a existência do pecado original e suas desastrosas consequências, comentadas por nós em outra ocasião.
O Catecismo da Igreja Católica nos ensina que “[…] instigado pelo Maligno desde o início da história, o homem abusou da própria liberdade. Sucumbiu à tentação e praticou o mal. Conserva o desejo do bem, mas sua natureza traz a ferida do pecado original. Tornou-se inclinado ao mal e sujeito ao erro: O homem está dividido em si mesmo. Por esta razão, toda a vida humana, individual e coletiva, apresenta-se como uma luta dramática entre o bem e o mal, entre a luz e as trevas” (§ 1707).
Esta divisão de que nos fala o catecismo, está presente na humanidade desde o início dos tempos, como demonstra a história do assassinato de Abel por Caim e é eminentemente representada na Bíblia pela história da construção da Torre de Babel (Gn 11, 1-9). Uma divisão que é a causa de tantos desentendimentos e crimes; tantas injustiças, discórdias e guerras.
Um mundo perfeito sem dúvida é algo utópico, pois isso significaria a suspensão dos efeitos do pecado original. E como vimos em outro post (clique aqui para ver!), embora Cristo tenha obtido o perdão de nossos pecados, não nos livrou de suas consequências, sobretudo da mais grave delas, que é a morte:
“Em consequência do pecado original, o homem deve sofrer a morte corporal, à qual teria sido subtraído se não tivesse pecado” (CIC, § 1018).
Seja como for, não é impossível um mundo melhor, onde reine a paz e a concórdia. Mas é preciso que os homens também progridam no seu aspecto moral. O desenvolvimento só é pleno se acompanhado de verdadeiro progresso moral, do contrário, continuaremos a ver o homem se utilizar do avanço tecnológico para ofender a Deus e destruir a si mesmo…
Marcos A. Fiorito
Teólogo e historiador
(Autoriza-se reprodução do artigo com citação da fonte e autor.)
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