Quando rezamos o Credo, afirmamos crer na “ressurreição dos mortos”. A respeito desse artigo, muita gente se pergunta como serão os nossos corpos depois de ressuscitados. Uma questão, sem dúvida alguma, bastante intrigante. Com base nas Sagradas Escrituras e na Tradição, procuramos respondê-la de forma resumida. Haverá algumas características comuns entre os corpos dos bem-aventurados e dos réprobos, no entanto, os primeiros gozarão daquilo que a doutrina cristã chama de dons do “corpo glorioso”, enquanto os condenados serão totalmente privados dessas qualidades.
As seguintes características serão comuns aos dois:
Incorruptibilidade e imortalidade
“Este corpo corruptível se revestirá de incorruptibilidade; este corpo mortal, de imortalidade” (1Cor 15, 53). “No último dia, ressurgirei da terra e serei novamente revestido da minha pele, e na minha própria carne verei o meu Deus” (Jó 19, 25-26). (O corpo) “é semeado na corrupção, e há de ressurgir incorruptível” (1Cor 15, 42).
Quanto aos bem-aventurados, gozarão especialmente de 4 dons:
Impassibilidade
O corpo gozará de todas as suas faculdades. No caso dos órgãos que lhes são próprios e que distinguem o homem e a mulher, serão mantidos, porém não terão mais função. “Seremos semelhantes aos anjos” (Lc 20, 34). Não haverá nenhum tipo de deformidade ou limitação, nenhum tipo de moléstia ou dor. Não sentirá nenhuma espécie de carência. Ou seja, não padecerá de nenhum tipo de sofrimento.
Claridade
No caso dos justos, gozarão ainda de um brilho monumental, que os fará resplandecentes como os astros: “Os justos resplandecerão como o sol” (Mt 13, 43).
Agilidade
De forma semelhante à dos anjos, os justos se locomoverão com rapidez de um lugar para o outro.
Sutileza
Transpassarão a matéria sem qualquer dificuldade, como se fossem puro espírito, à semelhança de Cristo ressurrecto.
Já os réprobos…
Apesar de incorruptíveis, sentirão os tormentos reservados a cada um deles no Inferno, conforme suas penas. Portanto, seus corpos serão sujeitos à dor. Não terão luminosidade, serão escuros, como as trevas que os envolveu durante a sua vida dissoluta. Ao invés da agilidade dos justos, estarão rígidos em seus locais de padecimento, como pedras, símbolo da forma empedernida como viveram.
Marcos A. Fiorito
Teólogo e historiador
(Autoriza-se reprodução do artigo com citação da fonte e autor.)
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