PROVA MORAL DA EXISTÊNCIA DE DEUS

O grande Isaac Newton, que dispensa apresentações, diante da ignorância da ciência a respeito de inumeráveis coisas, declarou: “O que sabemos é uma gota, o que ignoramos, um imenso oceano. A admirável disposição e harmonia do universo não pôde senão sair do plano de um Ser omnisciente e onipotente”.

Em nosso post sobre a possibilidade de provar a existência de Deus pela razão (clique aqui para ver!), tratamos das cinco vias de São Tomás de Aquino, da ordem do universo como prova da existência de Deus. Depois apresentamos outro post com provas psicológicas. No presente artigo, pretendemos demonstrar que a ordem existente em nosso interior, igualmente, aponta para um Ser de infinita perfeição, criador de todas as perfeições.

A noção de bem e mal é inata na criatura humana; ela não nasce fruto de uma boa ou má educação. Ela já se pronuncia nos albores da infância e torna-se mais lúcida com os primeiros lampejos da razão. E a boa formação, nesse caso, irá contribuir para que ela chegue a bom termo.

Não é preciso explicar a uma criança que é errado mentir. Quando a surpreendemos com a clássica pergunta: “Você pegou o doce da geladeira?” ela pode até tentar negar, mas ficará vermelha, invariavelmente. Ao apresentarmos a um bebê dois objetos, ele tende, naturalmente, a inclinar-se ao de cores mais vivas, de melhor aspecto. Discerne perfeitamente as pessoas que lhe fazem bem, e as procura com avidez. Quando a mãe, pai, irmãos ou babá acenam para algo que é ruim e lhe advertem: “Isso não é bom, é cacareco”, é o suficiente para que ela o descarte.

Ou seja, a criança procura instintivamente o bem em todas as coisas. E a noção de bem e mal, obviamente, também irá acompanhá-la na fase adulta. A tendência do homem para o positivo é tão pronunciada, que a filosofia explica que o indivíduo, para cometer um crime, tem necessidade de criar um sofisma, involucrando, assim, o mal com aparência de bem. Ou seja, ninguém faz o mal pelo mal, puramente falando, mas necessita dar-lhe uma aparência de bem para cometê-lo. Exemplo: um homem deseja roubar a joia de alguém, e para convencer-se a si mesmo, ele argumenta que precisa da joia para com ela pagar os estudos do seu filho… Portanto, o pecador sempre encontrará uma desculpa para justificar o ato criminoso, nunca admitirá que o fez porque odeia a Deus, porque escolheu o partido do mal.

Podemos ver a inclinação do homem para o positivo também na estrutura do Direito, que necessita de leis, juízes e juristas para defender o que é reto e punir o erro, ainda que, infelizmente, nem sempre o legal seja sinônimo de justo. Mas isso é objeto de outro assunto.

Até o progresso da ciência tecnológica é reflexo exterior da procura interior do homem pela perfeição. Apesar da exploração comercial, vê-se uma tendência da indústria em criar produtos cada vez mais sofisticados e aprimorados, visando o bem-estar humano.

Fomos criados imagem e semelhança de Deus, e isto significa que, como Ele, temos inteligência, vontade e liberdade de escolha. A nossa capacidade de julgar o bem e o mal; a forma como nosso intelecto ilumina nossa razão e nos ajuda a compreender o certo do errado; o dom da vontade, que nos permite fazer escolhas; e a nossa consciência, que nos absolve ou incrimina, nos conduzem, em última análise, à origem de toda perfeição moral, à santidade por essência, ao Sumo Bem: o nosso Divino Criador.

Marcos A. Fiorito

Teólogo e historiador

(Autoriza-se reprodução do artigo com citação da fonte e autor.)

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