O ROSÁRIO É A ORAÇÃO PELA PAZ E PELA FAMÍLIA

Diante dos acontecimentos dolorosos que envolvem a atual invasão russa à Ucrânia, nos veem à mente o ano de 2002, ocasião em que foi publicada a Carta Apostólica Rosarium Virginis Mariae (Rosário da Virgem Maria), de São João Paulo II. À época, o Santo Padre reiterou o que já havia dito em outras ocasiões, no sentido de que o Rosário é a oração da paz; ele é uma das melhores formas de se pedir a Deus esse dom. “Ao dar maior atualidade ao relançamento do Rosário, temos algumas circunstâncias históricas [a se considerar]. A primeira delas é a urgência de invocar de Deus o dom da paz. O Rosário foi, por diversas vezes, proposto pelos meus Predecessores e mesmo por mim como a oração pela paz. […] o Rosário significa mergulhar na contemplação do mistério d’Aquele que «é a nossa paz» […]. Portanto, não se pode recitar o Rosário sem se sentir chamado a um preciso compromisso de serviço à paz”.

Em várias ocasiões, São João Paulo II recordou a frase do servo de Deus, Pe. Patrick Peyton: “A família que reza unida permanece unida”. Mas no documento em questão, de forma bem clara, ele aponta para a importância de se rezar o Rosário em família. Queremos aqui retomar o pensamento de sua santidade para intensificar essa recomendação: reúna sua família toda semana para que, juntos, rezem o Santo Terço. Comecem a rezar uma vez por semana, e, quem sabe, com o passar do tempo, imitarão outras famílias católicas que rezam o Terço todos os dias. Há até aquelas que, de forma admirável e exemplar, rezam o Rosário todos os dias. Abaixo transcrevemos um trecho significativo do documento citado:

 “A família que reza unida, permanece unida. O Santo Rosário, por antiga tradição, presta-se de modo particular a ser uma oração onde a família se encontra. Os seus diversos membros, precisamente ao fixarem o olhar em Jesus, recuperam também a capacidade de se olharem sempre de novo olhos nos olhos para comunicarem, solidarizarem-se, perdoarem-se mutuamente, recomeçarem com um pacto de amor renovado pelo Espírito de Deus.

Muitos problemas das famílias contemporâneas, sobretudo nas sociedades economicamente evoluídas, derivam do facto de ser cada vez mais difícil comunicar. Não conseguem estar juntos, e os raros momentos para isso acabam infelizmente absorvidos pelas imagens duma televisão. Retomar a recitação do Rosário em família significa inserir na vida diária imagens bem diferentes – as do mistério que salva: a imagem do Redentor, a imagem de sua Mãe Santíssima. A família, que reza unida o Rosário, reproduz em certa medida o clima da casa de Nazaré: põe-se Jesus no centro, partilham-se com Ele alegrias e sofrimentos, colocam-se nas suas mãos necessidades e projetos, e d’Ele se recebe a esperança e a força para o caminho.” (Carta Apostólica Rosarium Virginis Mariae, João Paulo II, outubro 2002).

Marcos A. Fiorito

Teólogo e historiador

(Autoriza-se reprodução do artigo com citação da fonte e autor.)

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