Dando continuidade à nossa série de posts sobre os títulos marianos, faremos hoje um breve comentário sobre Maria como Causa de Nossa Alegria (Causa nostrae laetitiae). Embora obra do Criador como nós, Maria, por ser eleita Mãe de Deus, tornou-se a fonte de nossa alegria, pois gerou e deu à luz ao Verbo Encarnado. N’Ela se realizaram inteiramente as antigas profecias:
Isaías 7, 14: “Por isso, o próprio Senhor vos dará um sinal: uma virgem conceberá e dará à luz um filho, e o chamará Deus Conosco.”; Isaías 9, 5: “porque um menino nos nasceu, um filho nos foi dado; a soberania repousa sobre seus ombros, e ele se chama: Conselheiro admirável, Deus forte, Pai eterno, Príncipe da paz.”; Miqueias 5, 2: “Mas tu, Belém-Efrata, tão pequena entre os clãs de Judá, é de ti que sairá para mim aquele que é chamado a governar Israel. Suas origens remontam aos tempos antigos, aos dias do longínquo passado.”
Com efeito, Jesus, que veio nos libertar do cativeiro do pecado com a sua Redenção, abrindo-nos as portas do Céu e estabelecendo o Reino da Graça através da Nova Aliança, trouxe-nos uma alegria desmedida e de mérito inestimável. Alegria que nos foi predita pelo profeta Zacarias, 9, 9: “Exulta de alegria, filha de Sião, solta gritos de júbilo, filha de Jerusalém; eis que vem a ti o teu rei, justo e vitorioso; ele é simples e vem montado num jumento, no potro de uma jumenta.”
Procurando louvá-la com o mesmo título, mas dirigindo-se a Ela de outro modo, na oração conhecida por Coroinha de Nossa Senhora tem-se que essa Soberana Rainha é aclamada como “alegria dos justos”: “Glória a Vós, alegria dos justos; conduzi-nos convosco às alegrias do Céu”. E nessa mesma oração, de forma até poética, honra-se a Maria por ter carregado em seu ventre o Salvador da humanidade: “Ó Santa e imaculada virgindade, não sei com que louvores Vos possa exaltar; pois quem os Céus não puderam conter, Vós O levastes em vosso seio.” Na dita oração, a cada estrofe louvando à Virgem Santíssima, repete-se o refrão: V. Alegrai-Vos, Virgem Maria. R. Alegrai-vos mil vezes!
Bem-aventurado é aquele cristão cuja maior alegria e ser filho de Maria! São Luís Grignion de Montfort nos ensina em seu tratado que assim como Maria formou a Jesus Cristo em seu ventre, assim também Ele quer que sejamos nós formados espiritualmente por Ela. Por isso Santo Agostinho a chama de “Forma Dei”, no sentido de que Ela é molde de Deus, ou seja, nos molda segundo a vontade de Jesus Cristo, nos torna intrinsicamente semelhantes a Ele. Razão pela qual nunca devemos desprezar a devoção à Maria, pelo contrário, devemos nos entregar inteiramente nas mãos d’Ela para que nos conduza até o Seu Divino Filho, Jesus Cristo.
Marcos A. Fiorito
Teólogo e historiador
(Autoriza-se reprodução do artigo com citação da fonte e autor.)
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