Apesar da overdose de informações na qual vivemos, graças a todo aparato tecnológico presente, assegurar uma formação cristã sólida e de qualidade em nossos dias não é tarefa fácil. Há muita coisa publicada na Internet, muitos livros publicados sobre religião, mas é preciso separar o joio do trigo. Se não houver uma preocupação devida em selecionar, comparar, se aprofundar e procurar esclarecimento, em vez de formação, corre-se o risco de desinformar-se e deformar-se. Por isso, o Divino Mestre afirmou categoricamente que a verdade nos libertará (Jo 8, 32).
Um exemplo disso nós temos a respeito da ignorância que grassa no que diz respeito à Sagrada Eucaristia. A presença de Cristo após a Consagração é real ou apenas simbólica? Não se pode conceber que um fiel católico não tenha isso bem claro. Ao concluir a catequese, é impensável um recém-formado na doutrina cristã comungar sem saber exatamente toda a dimensão por trás do ato de receber a Sagrada Comunhão.
Com efeito, quando da Sua passagem terrena, Nosso Senhor deixou bem claro que o Corpo d’Ele era verdadeira comida e o Seu sangue verdadeira bebida (Jo 6, 55). Ou seja, na Santa Missa, através da Consagração, ocorre o sublime mistério da transubstanciação; por trás das espécies de pão e vinho, temos Cristo presente em corpo, sangue, alma e divindade.
O Magistério da Igreja a respeito da presença real de Cristo na Santíssima Eucaristia vem sendo ensinado e confirmado pela Santa Igreja desde o seu nascimento. Nesse sentido, recomendamos a leitura do texto abaixo, de autoria dos bispos católicos da Pensilvânia (EUA):
“A fé da Igreja na presença real de Jesus na Eucaristia na forma de pão e vinho remonta às palavras do próprio Jesus, conforme descrito no Evangelho segundo São João. No discurso eucarístico, após a multiplicação do pão, Nosso Senhor comparou o pão comum a um Pão que não é deste mundo, mas contém a vida eterna para quem o come. Ele disse: ‘Eu sou o pão da vida… Eu sou o pão vivo que desceu do céu. Quem comer deste pão viverá para sempre. O pão que eu darei é a minha carne, e eu darei pela vida do mundo.’ (Jo 6, 48, 51).
O que Jesus nos oferece é sua presença contínua e permanente cada vez que celebramos a Eucaristia. O pão e o vinho tornam-se seu corpo e sangue. ‘Este é o meu corpo… este é o cálice do meu sangue.’
A forma como Jesus está presente na Eucaristia não pode ser explicada em termos físicos, pois transcende as necessidades comuns de espaço e medida. O fato de que a Pessoa que está plenamente presente na Missa é o mesmo Ressuscitado que está sentado à direita do Pai, é um mistério sobrenatural. A condição de Cristo não muda tornando-se sacramentalmente presente. Não é necessário que Ele deixe o Céu para estar presente na Terra.
O que significa transubstanciação?
Ao explicar esta doutrina da fé, o Catecismo cita o Concílio de Trento, que resumiu a nossa fé católica. ‘Porque Cristo, nosso Redentor, disse que o que ofereceu sob a espécie do pão era verdadeiramente o seu Corpo, esta convicção sempre se manteve na Igreja, que o Santo Concílio declara novamente: pela consagração do pão e do vinho, a mudança do toda a substância do pão na substância do Corpo de Cristo Nosso Senhor, e de toda a substância do vinho na substância do seu Sangue; a Igreja Católica chamou com razão e propriedade esta mudança de transubstanciação’ (1376).”
Fonte: Proclamando a fé no Terceiro Milênio. Bispos Católicos da Pensilvânia (EUA).
Marcos A. Fiorito
Teólogo e historiador
(Autoriza-se reprodução do artigo com citação da fonte e autor.)
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