“𝘈 𝘧𝘦𝘭𝘪𝘤𝘪𝘥𝘢𝘥𝘦 𝘯𝘢̃𝘰 𝘴𝘦 𝘤𝘰𝘮𝘱𝘳𝘢 𝘯𝘰 𝘴𝘶𝘱𝘦𝘳𝘮𝘦𝘳𝘤𝘢𝘥𝘰, 𝘢 𝘧𝘦𝘭𝘪𝘤𝘪𝘥𝘢𝘥𝘦 𝘦𝘴𝘵𝘢́ 𝘢𝘱𝘦𝘯𝘢𝘴 𝘯𝘰 𝘢𝘮𝘢𝘳 𝘦 𝘯𝘰 𝘥𝘦𝘪𝘹𝘢𝘳-𝘴𝘦 𝘢𝘮𝘢𝘳.” (Papa Francisco).
Qual o significado intrínseco dessa afirmação do Papa? O magistério da Igreja nos ensina que não há felicidade plena nesse mundo. Felicidade plena só existe no Céu, vendo a Deus face a face. Porém, obedecendo à vontade divina, podemos gozar de uma felicidade relativa. Diz-se que não há melhor travesseiro que uma consciência limpa. E isso é, sem dúvida, uma grande verdade. Mas para se ter a consciência limpa, é preciso cumprir os Mandamentos. Mas para que se cumpra de alma inteira os preceitos divinos, é preciso amar a Deus e ao próximo.
Embora os judeus já conhecessem os Mandamentos, pois lhes foram transmitidos por Deus através de Moisés, Cristo não só veio confirmá-los, como também reforçá-los. E, de forma eminentemente bela, Ele enalteceu a necessidade de um autêntico amor ao próximo, a espelho do amor que Ele, Verbo Divino, tem para com todos nós. Não é verdadeiro discípulo de Jesus quem não ama ao próximo como Deus nos ama.
“[…] amarás ao Senhor teu Deus de todo o teu coração, de toda a tua alma, de todo o teu espírito e de todas as tuas forças. Eis aqui o segundo: Amarás o teu próximo como a ti mesmo. Outro mandamento maior do que estes não existe” (Mc 12, 30-31).
“Dou-vos um novo mandamento: Amai-vos uns aos outros. Como eu vos tenho amado, assim também vós deveis amar-vos uns aos outros. Nisto todos conhecerão que sois meus discípulos, se vos amardes uns aos outros” (Jo 13, 35).
Na linha do que afirmou o Santo Padre, Santa Teresa de Ávila advertia as suas filhas espirituais sobre a necessidade de se deixar levar pelo amor de Deus. E com toda razão, pois é preciso não só amar a Deus, mas deixar-se amar por Ele. Parece algo óbvio, mas sem vida interior, sem a prática das virtudes e sem progresso espiritual nós resistimos muitas vezes à vontade de Deus. O pecado original em nós se assemelha à lei da gravidade, porque nos puxa para baixo, enquanto a Providência, por diversos meios, como nosso Anjo da Guarda, os sacramentos, o dom do conselho, etc., procura nossa elevação sobrenatural. Daí a importância de rezarmos para que Deus nos livre dos obstáculos que impomos à sua graça. Mesmo que de forma subconsciente, é comum pormos obstáculos à vontade divina. Rezar é imprescindível para nos deixarmos levar pelo Espírito Santo. É preciso pedir muitas graças, sobretudo graças eficazes e superabundantes.
Marcos A. Fiorito
Teólogo e historiador
(Autoriza-se reprodução do artigo com citação da fonte e autor.)
Está acompanhando os nossos artigos? Escreva-nos e sugira algum tema católico de seu interesse. Deixe o seu comentário logo abaixo!
Deixe um comentário