Existe vida após a morte? Uma questão intricada que agita muitas mentes e que tem sido alvo de toda espécie de debate. De um lado, existem aqueles que acreditam na imortalidade da alma; do outro, materialistas que defendem o fim da existência com a morte. Dia 31 de janeiro comemora-se a entrada de São João Bosco na pátria celeste, ocasião para recordarmos de um fato marcante em sua vida de seminarista em Chieri. Naquele tempo, Dom Bosco tinha um amigo dos tempos de ginásio chamado Luís Comollo. Luís era de tão elevada virtude, que Dom Bosco o tomava como exemplo. Quando eles vieram a estudar no mesmo seminário um ano depois, a amizade continuava feliz e crescente. Nas férias, que naquele tempo duravam cerca de 4 meses e meio, os dois semanalmente se encontravam e tiravam grande proveito espiritual. Nessa mesma época, os dois fizeram um audacioso trato: aquele que morresse primeiro voltaria para dar notícias de sua salvação ao colega sobrevivente.
Por alguma razão, talvez por um aviso ou intuição sobrenatural, Luís esperava morrer em breve, e, numa conversa com Dom Bosco, deixou entrever isso. Apesar das aparências negarem, de fato, ele veio a falecer no exato ano previsto por ele…
Todos os seminaristas conheciam o trato entre Dom Bosco e Luís, e, na noite que sucedeu o enterro, esperavam qualquer acontecimento extraordinário.
O então jovem João Bosco foi dormir já esperando que algo acontecesse. Em suas memórias, lê-se: “Naquela noite, já deitado, num dormitório de cerca de vinte seminaristas, estava eu muito agitado, convencido de que haveria de cumprir-se a promessa. Aí, pelas 11h30 horas, um rumor fez-se ouvir pelos corredores. Parecia que uma enorme carroça, puxada por muitos cavalos, estivesse se aproximando da pequena porta do dormitório. Espantados, os clérigos saltaram da cama para se juntarem como num bloco, e encorajarem-se mutuamente. Foi então que, no meio daquela espécie de violento e surdo trovão, ouviu-se claramente a voz de Comollo dizendo três vezes:
Bosco, estou salvo!
Todos ouviram o ruído, e alguns ouviram as palavras, sem captar o sentido. Houve, porém, quem as entendesse como eu, tanto assim que por muito tempo andaram repetindo o fato pelo seminário. Foi a primeira vez que me lembro de ter tido medo: medo e tão grande assombro, que caí gravemente doente e estive à beira do túmulo.”
Marcos A. Fiorito
Teólogo e historiador
(Autoriza-se reprodução do artigo com citação da fonte e autor.)
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