PROVA PSICOLÓGICA DA EXISTÊNCIA DE DEUS

Faz alguns dias que publicamos um post sobre a possibilidade de provar a existência de Deus pela razão (Clique aqui para ver!). Na ocasião, resumimos as 5 vias de São Tomás de Aquino. Já o presente texto pretende provar a existência do Divino por via psicológica.

“A vista não se cansa de ver, nem o ouvido se farta de ouvir” (Ecl 1, 8). Com esse desabafo, Salomão confessava sua notória frustração com as coisas do mundo. O reverendíssimo Cônego A. Boulenger, em seu Manual de Apologética, ensina que “tanto a filosofia como a ciência admitiram o princípio de que a tendência ou desejo natural de um ente não pode ser frustrado. Ora, o homem tem um desejo natural de Deus. Logo, Deus existe”.

Trocando em miúdos, o que ele quis dizer com “a tendência ou desejo natural de um ente não pode ser frustrado”? Inúmeros filósofos, entre eles Platão e Aristóteles, defendem o mesmo princípio. Nesse caso, não estamos falando de desejos desordenados, de qualquer impulso, mas de tendências naturais do ser.

Um homem pode ter o ímpeto condenável de se vingar de alguém. Isso não significa que tal desejo deve ser atendido; portanto não se encaixa no princípio dito acima. A desordem de nossas paixões e as más tendências são frutos do pecado original; logo não devem ser correspondidas.

O princípio, na realidade, se baseia em desejos, tendências e instintos naturais: a sede deve ser saciada, consequentemente, ela prova que a água existe. O mesmo se pode dizer da fome, que dá provas da existência do alimento. O homem e os animais procuram a luz porque necessitam dela para ver, etc.

O homem tem uma sede insaciável de felicidade, e a procura de todas as formas. Sobretudo a procura nos bens terrenos. E todas as vezes que encontra o seu objeto de desejo, não se dá por feliz, continua a ansiar irresistivelmente…

O nosso anseio pelo saber não se cansa de procurar a verdade; a nossa vontade não se cansa de desejar e a nossa sensibilidade não se cansa de degustar.

O dinheiro, os bens materiais e até os espirituais não aquietam por completo o nosso espírito. Sempre nos falta algo…

Por isso, conclui o citado teólogo: “A necessidade do infinito, de uma vida indefectível e feliz, supõe, portanto, a existência de um objeto infinito, de uma fonte de felicidade capaz de satisfazer plenamente a insuficiência da nossa alma. Esse infinito é Deus”.

Não é à toa que Alphonse Lamartine, em suas “Meditações Poéticas”, escreveu: “Limitado em sua natureza, infinito em suas aspirações, o homem é um deus caído que tem saudades do céu”.

E você, amada(o) irmã(o) em Cristo, já havia parado para pensar que a sua busca infinita pela felicidade aponta para o desejo de possuí-la eternamente no Céu, gozando da visão beatífica?

Marcos A. Fiorito

Teólogo e historiador

(Autoriza-se reprodução do artigo com citação da fonte e autor.)

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